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“Volta do Perse é reparação justa com setores que sofreram na pandemia” – Rodrigo Vervloet, presidente, para A Gazeta
Instituído em 2021 em razão da pandemia da Covid-19, o Perse (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos) é um programa de recuperação das empresas que foram afetadas pelos fechamentos da época, desde o seguimento de eventos até restaurantes e bares.
O principal objetivo é aliviar prejuízos do setor, que ficou parado durante a pandemia, quando aglomerações eram proibidas, assim, os setores cumpriram da melhor forma possível uma necessidade social que ninguém imaginava que poderia acontecer.
A ideia do programa é eliminar os impostos federais do tributo desses setores contemplados, assim fazendo uma compensação por esse período em que estas foram fechadas. E isso é ponto-chave neste momento em que o governo federal se inclina a extinguir o programa.
É imperioso, neste momento, que governo e sociedade tenham em mente que não apenas o Perse, mas qualquer programa de auxílio, são maneiras da própria sociedade compensar os setores afetados, numa tentativa de restabelecer um equilíbrio dos sacrifícios impostos na crise sanitária.
Veja, naquele momento de crise, foi necessário que todos esses setores parassem suas atividades em prol do bem coletivo. Agora, a sociedade, através dos benefícios, compensa essas perdas. Não se trata, de maneira alguma, de benesses ou privilégios.
Nesse sentido, por estarmos falando de um senso de justiça, não podemos acatar as alegações feitas pelo governo federal para sustentar a sustação do programa, afirmando que há fraudes no sistema, ou que os valores estouram o orçamento. Naturalmente, quanto às fraudes, nada mais há a fazer se não investigá-las e punir os culpados. Fraudes também são recorrentes em programas federais consagrados como, por exemplo, o “Minha Casa Minha Vida”. Quanto aos valores, estes além de certamente diminuírem no momento da coibição das fraudes, são inteiramente compatíveis com a arrecadação recorde da União Federal.
O que nós, dos setores afetados, defendemos é a manutenção do Perse como foi instituído inicialmente por ser uma medida de Justiça ao sacrifício imposto pela sociedade no momento de crise. Não se consegue evoluir como sociedade alimentando injustiças e gerando ressentimentos, principalmente de setores que tanto empregam e contribuem para o bem-estar social.
Fonte: A Gazeta